Especialista explica como mudar esse cenário
- Mulheres no Esporte

- 3 de nov. de 2019
- 2 min de leitura
por João Pedro Barros, Thaian Landim e Valdecir Emboava

foto: Mário Pereira/ Guia Taubaté
O Secretário de Esportes e Lazer do Município de Taubaté, Marcelo Gonçalves Mora, conta que a aversão ao esporte feminino ainda existe por conta da estrutura social construída durante anos, em que os homens são colocados acima das mulheres em ambiente domiciliar e em todas as outras organizações sociais como: consumo, legislação, política, cultura, produção e no esporte. Em entrevista, Marcelo Gonçalves explica as diversas questões que envolvem a presença da mulher no esporte.
Na sua visão, por que o preconceito contra mulheres no esporte ainda existe?
A estrutura social coloca os homens acima das mulheres em ambiente domiciliar e em todas as outras organizações sociais como: consumo, legislação, política, cultura, produção e não diferente das outras manifestações sociais, o Esporte. O papel da mulher socialmente é inferior ao dos homens em todos os quesitos, seja economicamente, profissionalmente, fisicamente e emocionalmente.
Alguns pontos de destaque no esporte como força, agilidade, inteligência são considerados "masculinos", o que faz perpetuar esse machismo institucional no Esporte.
Como é possível trabalhar a inclusão delas no esporte?
O machismo é algo estrutural, logo faz parte da cultura do brasileiro. Já ao nascer o menino recebe funções importantes e permissão para ser o cargo importante que quiser ser: engenheiro, médico, astronauta, jogador de futebol. Às mulheres sobram brincar de boneca e de casinha. Quebrar esses "mitos" propiciam as mulheres a se olharem também como atletas, entre outras. A representatividade na mulher no esporte precisa ser revista através de várias esferas: política, mídia, profissional, etc.
Como você avalia a questão do surgimento de mulheres no esporte?
O Esporte como outras manifestações sociais foi gerando espaço a mulher à medida que elas foram garantindo seus direitos emancipatórios como trabalhar, votar, frequentar ambientes públicos, etc
Esse espaço é garantido por lei, mas ainda pouco efetivo na prática, o que faz ainda os movimentos sociais tão necessários, também a nível esportivo. Hoje a mulher se permite a prática do esporte, mas tem uma submissão ao modelo masculino como salários, prêmios e incentivos. Até mesmo a mídia ainda é tendenciosa ao esporte masculino, o que faz com que as mulheres não se sintam representadas.
O que a Secretaria de Esportes e Lazer de Taubaté pensa a respeito do tema?
A Secretaria de Esportes e Lazer de Taubaté promove ações efetivas, tanto fomentando a prática e participação na manifestação de "Alto Rendimento" como através do Departamento Social, onde são realizadas campanhas para reflexão e combate a preconceitos que abonam a sociedade, entre eles o machismo. Essas campanhas são debatidas pelos Educadores do Programa Comum Unidade em Ação e chega a comunidade com a prática esportiva de cada projeto. As Campanhas propiciaram aos educadores uma reflexão sobre os esportes caracterizados "masculinos" e gerou condições para que mulheres e meninas pudessem participar com mais segurança e motivação. Ainda, geraram também mudanças sociais que ajudam na quebra do preconceito estrutural. Essa Secretaria sabe que ainda essas ações são mínimas, mas também adicionam a movimentos que geram a quebra do preconceito contra a mulher, trabalhando de forma coletiva no processo.








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